O relacionamento tóxico é, essencialmente, uma relação desigual. Nela, uma pessoa se doa muito por amor e recebe muito pouco em troca. Pior: além de não ser igualmente correspondida, sofre danos emocionais e até físicos. Por isso, a denominação “tóxico”.
Antes de tudo é importante frisar que o relacionamento tóxico não é só entre parceiros românticos, e nem que é reservado apenas ao homem o papel de abusador. Ele pode acontecer com qualquer gênero, em relações familiares, de trabalho, amizades, entre outros.
Como acontecem as relações tóxicas
Em geral, a pessoa que tem baixa autoestima e tendência a se comportar como vítima é mais predisposta a atrair este tipo de relação. Por sentir-se inferior, precisa de alguém que “tome conta”, o que atrai a pessoa abusiva e manipuladora. E, assim, formam uma relação simbiótica e destrutiva.
São relações que não respeitam a integridade nem e autonomia da pessoa envolvida. O objetivo é sempre o controle do outro. A função da vítima é servir ao abusador. A pessoa abusiva pode até perceber suas atitudes, mas não consegue resistir à necessidade de controle.
Porém, qualquer pessoa pode se ver presa em um relacionamento assim. O processo é sutil e progressivo. O que começa com um cuidado excessivo ou ciúme bobo, pode ir evoluindo até a humilhação, manipulação e a agressão física.
Como nos deixamos “amarrar”?
Não existe uma única causa. Traumas de infância, como abusos físicos, emocionais e sexuais, podem ser a raiz do problema. Eles levam a pessoa, na idade adulta, a reviver esses momentos traumaticos por meio de relacionamentos tóxicos, com padrão parecido àquele aprendido na idade infantil.
Por exemplo, uma pessoa cujos pais eram muito duros, críticos e que brigavam com ela por qualquer razão, pode ter dificuldades na idade adulta de dizer “não”, ou mesmo de conhecer e impor seus próprios limites.
Como muitas vezes a relação vai progredindo com sutileza, o apego aos “bons momentos” torna o afastamento difícil. O medo da solidão, da rejeição e da retaliação também contribuem para a dificuldade da pessoa de se libertar deste tipo de relacionamento.
Se a retaliação e as ameaças não derem certo, a pessoa abusiva pode mudar de estratégia e prometer mudar de atitude. Em geral as promessas não se cumprem, apenas prolongando o período de sofrimento.
Como sair de um relacionamento tóxico
Primeiro é preciso perceber que se está nesse tipo de relação. Muitas vezes notamos as relações dos outros e não a nossa própria. Negação é um dos maiores riscos. Quanto mais a vítima tenta mudar o parceiro ou dedica-se à melhorar o relacionamento, mais ela contribui para o agravamento da situação.
Depois é preciso procurar ajuda, seja para recuperar a autonomia, sair do papel de vítima ou para se proteger de uma possível retaliação. Há vários tipos de terapia que podem ajudar a restabelecer limites ou mesmo a abandonar completamente o relacionamento.
O Espaço Honrara tem diversas atividades de autoconhecimento e terapia, como a constelação familiar, que podem contribuir para romper o padrão destrutivo desse tipo de relação.
Todo esforço para sair de um relacionamento tóxico é válido. Viver livre, pleno e feliz é o mais importante e não está longe do nosso alcance. Conhece alguém que esteja passando por isso? Ajude-a compartilhando esse artigo nas redes sociais.
(imagens: divulgação)